NEWSLETTER 8 – NOVEMBRO 2023

A abrir…

LAUDATE DEUM

«LOUVAI A DEUS por todas as suas criaturas»: foi este o convite que São Francisco de Assis fez com a sua vida, os seus cânticos e os seus gestos. Retomou assim a proposta dos salmos da Bíblia e reproduziu a sensibilidade de Jesus para com as criaturas de seu Pai: «Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam! Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles»
É com estas palavras que abre a Exortação Apostólica, dada pelo Papa Francisco no dia do Santo deste nome, 4 de outubro, intitulada LAUDATE DEUM. Divide-se em seis capítulos, que sumariamente apresentamos.

Capítulo I – A crise climática global:
Por muito que se tente negá-los, escondê-los, dissimulá-los ou relativizá-los, os sinais da mudança climática impõem-se-nos de forma cada vez mais evidente. Ninguém pode ignorar que, nos últimos anos, temos assistido a fenómenos extremos, a períodos frequentes de calor anormal, seca e outros gemidos da terra que são apenas algumas expressões palpáveis duma doença silenciosa que nos afeta a todos. 

Capítulo II – O crescente paradigma tecnocrático:
Na Laudato si’, dei uma breve explicação do paradigma tecnocrático que está na base do processo atual de degradação ambiental. Trata-se de «um modo desordenado de conceber a vida e a ação do ser humano, que contradiz a realidade até ao ponto de a arruinar» 

Capítulo III – A fragilidade da política internacional:
Enquanto «a história dá sinais de regressão (…), cada geração deve fazer suas as lutas e as conquistas das gerações anteriores e levá-las a metas ainda mais altas. É o caminho. O bem, como aliás o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia»

Capítulo IV – As conferências sobre o clima, progressos e fracassos:
Não obstante as numerosas negociações e acordos, as emissões globais continuaram a subir. É verdade que se pode argumentar que, sem tais acordos, teriam aumentado ainda mais. Mas sobre outras questões ambientais, onde houve vontade, foram alcançados resultados muito significativos, como no caso da proteção da camada de ozono. Já quanto à necessária transição para energias limpas, como a eólica, a solar e outras, abandonando os combustíveis fósseis, não se avança de forma suficientemente rápida e, por conseguinte, o que está a ser feito corre o risco de ser interpretado como mero jogo para entreter.

Capítulo V – Que se pode esperar da COP28, no Dubai:
Se temos confiança na capacidade do ser humano transcender os seus pequenos interesses e pensar em grande, não podemos renunciar ao sonho de que a COP28 [30.11-12.12.1023, Dubai] leve a uma decidida aceleração da transição energética.

Capítulo VI – As motivações espirituais:
Aos fiéis católicos, não quero deixar de lhes recordar as motivações que brotam da sua fé. […] «O universo desenvolve-se em Deus, que o preenche completamente. E, portanto, há um mistério a contemplar numa folha, numa vereda, no orvalho, no rosto do pobre» [40]. O mundo canta um Amor infinito; como não cuidar dele? Deus uniu-nos a todas as suas criaturas.

Esta Encíclica surge-nos como uma exortação muito séria para o risco iminente de a Criação soçobrar se «todos, mas todos» não tomarmos profunda consciência de que vai depender de cada um e da comunidade mundial aplicar decisões irreversíveis para cuidar da «Casa Comum».
Viriato Soromenho Marques, fazendo-se eco das enormes preocupações do Papa Francisco, afirma: «Nenhum leitor sairá desta Exortação com um sentimento de tranquilidade. A razão é simples. Este é um dos textos mais intelectualmente honestos escritos por um líder da história recente. A Exortação termina de forma abrupta e incisiva. Estou convencido de que Francisco quis que aos leitores não fosse escondida a verdade sombria de um mundo em perigo. A Exortação fala-nos duma luta gigantesca pela sobrevivência do mundo e de valores que nos conferem dignidade como seres humanos. O que está em causa é a redenção da própria ideia de uma centelhe divina habitando no coração da humanidade. A luta decisiva ainda está em curso, e é de nós próprios que nascerá a esperança que procuramos. Se falharmos, será a herança e a memória de toda a humanidade histórica que soçobrará. (Jornal de Letras, 18-31.10.2013).

LEIA AQUI O TEXTO COMPLETO DA “LAUDATE DEUM” 

SUMÁRIO
  • EFEMÉRIDE
  • AGENDA
  • VIDA DA ASSOCIAÇÃO
  • TEILHARD EM BANDA DESENHADA
  • PUBLICAÇÕES
  • PENSAMENTO DE TEILHARD

 

| EFEMÉRIDE
1923 – ANO DA 1ª ESTADIA DE TEILHARD NA CHINA

Conforme assinalámos na NEWSLETTER 7, no dia 17 de maio de 1923, o Padre Teilhard desembarca em Xangai. Tinha sido enviado à China pelo Museu de História Natural, de Paris, onde trabalhava como cientista, a fim de colaborar com o Padre Licent sj em pesquisas paleontológicas naquele território. Esta sua estadia, que se revelou duma importância notável do ponto de vista científico, estendeu-se até setembro de 1924. Ao regressar a França, retoma os seus trabalhos no Museu e a actividade de professor de geologia no Instituto Católico de Paris. Mas esperava-o um desagradável confronto com as autoridades de Roma e da sua Ordem devido a uma nota que tinha escrito em 1922 sobre o pecado original, não destinada a divulgação, e que, em 1924, tinha chegado até ao Vaticano. Em 1925 é forçado a abandonar a sua carreira de investigador e de professor em Paris e é novamente enviado para a China, onde permanecerá até 1946.

Foi durante o ano de 1923, na ocasião da sua expedição a Chara-usso-gol, no deserto de Ordos, na Mongólia, que Teilhard compõe o seu célebre texto místico-poético “A Missa sobre o Altar do Mundo”. À sua amiga de Paris, a filósofa Léontine Zanta, escreve ele, em carta de 7 de agosto: «Quando sigo a cavalo, dias inteiros, repito, como outrora – à falta de outra Missa – a “Missa sobre o Mundo”, que você conhece bem, e creio dizê-la agora ainda com mais lucidez e convicção do que nunca.» Este texto tinha sido escrito há pouco tempo, em junho, e a referência, nesta carta, a um tempo anterior, tem a ver com uma sua primeira versão, composta nas trincheiras, numa situação de privação semelhante à vivida no deserto da Mongólia.

Grande amiga e confidente de Teilhard, Léontine Zanta costumava receber na sua residência parisiense, em Neuilly, na avenida de Madrid, em dias certos, um vasto grupo de amigos e amigas pertencentes à alta intelectualidade francesa. Teilhard, que a tinha conhecido por intermédio da sua prima e correspondente de guerra, Marguerite Teillard-Chambon, fazia parte desse grupo. Desde o início dos anos 20, ele frequenta estas reuniões, costumando chamar à casa da avenida de Madrid o seu «mirante». A troca de correspondência entre eles ocorre desde esta sua primeira ida à China, em1923, até fevereiro de 1939, por altura duma visita de Teilhard a Paris, em que escreve a combinar um encontro. Durante o seu “exílio” chinês, Teilhard teve oportunidade de vir a Paris algumas vezes, tendo podido voltar ao «mirante» nos anos de 1935, 1937, 1938 e, por fim, em 1939. Seria a última vez que se encontraram, pois Teilhard regressou à China e Zanta faleceu em 1942.

Como testemunho desta amizade, respigamos algumas passagens mais significativas de cartas escritas por Teilhard de Chardin a Léontine Zanta durante este ano de 1923, a partir da China:

Tien Tsin, 26 de maio
Fiquei muito sensibilizado quando, ao chegar aqui, há três dias, encontrei em cima da mesa uma carta sua, que me esperava. Tomei-a ao mesmo tempo como um sinal de boas-vindas e como um estímulo para fazer da melhor maneira possível o trabalho que aqui vim realizar. Recorda-se de lhe haver dito que, se deixava tantos bons amigos, cuja companhia me era agradabilíssima em Paris, era porque me parecia não poder servi-los lealmente sem seguir a «estrela» que me convidava a partir para o Extremo Oriente? A sua recordação acompanha-me e ajuda-me aqui, pode ter a certeza. Encontra-se no número de amigos para quem, sobretudo, eu quereria tornar-me melhor – fosse embora à custa do afastamento. […] As suas cartas, agora (como outrora as nossas boas conversas), ajudar-me-ão e obrigar-me-ão a não deixar diminuir a minha fé na unidade proposta como termo por Deus, ao esforço humano. […] Penso partir, antes do dia 15 de junho, para um ponto qualquer na Mongólia. Há salteadores quase por toda a parte, mas eu tenho um guia experimentado. Adeus. penso muitas vezes na salinha junto à varanda (na av. Madrid), donde se vê descer o sol no vale do Sena. Recebi lá mais forças do que talvez você pense.

Chara -usso-gol (Ordos oriental), 7 de agosto
Nas grandes solidões da Mongólia (que são, humanamente, uma zona congelada e morta), vejo a mesma coisa que outrora, na «frente» (que era, humanamente, a zona mais viva que se possa imaginar): uma só operação está em vias de se realizar no Mundo, a única que pode legitimar a nossa acção – o desprendimento de qualquer Realidade espiritual, através dos esforços da vida. Quando sigo a cavalo, dias inteiros, repito, como outrora – à falta de outra Missa – a «Missa sobre o Mundo», que você conhece bem, e creio dizê-la agora ainda com mais lucidez e convicção do que nunca. Que bela hóstia esta velha Ásia. […] Tinha vindo à China à espera de encontrar um reservatório de pensamento e de mística que rejuvenescesse o nosso Ocidente. Tenho agora a convicção de que o reservatório se encontra «entupido» ou vazio. Os chineses são primitivos (debaixo da capa de verniz moderna ou confucionista): os Mongóis estão em vias de lento desaparecimento, e os seus lamas são monges grosseiros e sujos. Não há dúvida de que esses povos, outrora, viram qualquer coisa, mas que deixaram perder essa luz – e que nós não a podemos reencontrar.

No Rio Amarelo, 3 de outubro
Escrevo-lhe do meio do Hoang-Ho, numa tenda bastante confortável, erguida no centro de uma embarcação profunda e quadrada, que anda à deriva, rodopiando, ao sabor da corrente – um pouco como uma selha. […] Encontrei, há três dias, em Ning-Hia-Fu, a sua boa e longa carta. As suas palavras causaram-me grande alegria, como a que me traziam as nossas conversas em Neuilly, e o que me deu ainda mais prazer, com o testemunho da sua sólida amizade, foi o facto de ter lido nas suas linhas a certeza de que está cada vez mais firmada na busca da Unidade Divina através de todo o Esforço humano. […] Tiv a consolação de encontrar em Ning-Hia um missionário, tibetizante notável, com o qual pude falar abertamente. Julgo que nos compreendemos. Ele, por seu lado, levantou um pouco diante de mim o véu de grosseiro materialismo sob o qual eu tinha perdido a esperança de encontrar, na China, a menor centelha de verdadeira mística. Mostrou-me os Chineses embrutecidos por um Confucionismo que é um simples código de moral prática, estabelecendo uma vida social cómoda sem nenhum apelo a um Ideal vivo de qualquer espécie. Mas ao lado deste empirismo, bom para gente grosseira, deu-me a confirmação deque existia (até mesmo no coração de alguns filósofos chineses e de alguns lamas) a velha preocupação búdica de sondar o ritmo do Mundo, de estabelecer uma perspectiva das suas inúmeras evoluções, de esperar o Buda supremo que tudo irá resgatar. Estas certezas, da parte de u homem que conhece a China a fundo, confirmaram-me a minha velha esperança de que poderíamos, talvez, na escola dos místicos do Extremo Oriente, tornar mais «búdica» a nossa religião demasiado absorvida pela moral (isto é, demasiado confucionista) e descobrir finalmente um Cristo que não seja somente um modelo de bom comportamento e de «humanidade», mas antes o Ser sobre-humano que, em formação desde sempre no seio do Mundo, possui um ser capaz de tudo fazer dobrar, de tudo assimilar, por dominação vital.

Tien Tsin, 12 de dezembro
Pouco tenho que lhe dizer da minha vida em Tien Tsin. A Marguerite deve ter-lhe contado que vou prolongar seis meses a minha estadia na China. Causar-lhe a ela este desgosto foi o que mais me custou ao tomar a resolução. […] Trata-se, como deve saber, duma segunda viagem «à Tartária» que vou empreender na Primavera (o que atira com o meu regresso para o verão). Hesitei um pouco, de princípio, em aceitar esta nova expedição. Mas depois, tanto M. Boule [director do Museu de História Natural, de Paris, e, na altura, superior hierárquico de Teilhard] como os meus superiores me estimularam formalmente a fazê-la, pelo que tenho que me deixar de hesitações. O mais aborrecido será passar o Inverno. Mas com algumas viagens a Pequim, algumas redacções e raspagens de fósforos, o tempo passará depressa. Num certo sentido, faz-me bem esta vida solitária, enquanto me atira unicamente para o Divino. Mas as suas cartas far-me-ao igualmente sempre bem.

 

| AGENDA

CONFERÊNCIA DE LUÍS SEBASTIÃO NA BROTÉRIA
7 de novembro, às 18.30h, conferência do Professor Luís Sebastião, da Universidade de Évora, na Brotéria, Rua de S. Pedro de Alcântara 3, Lisboa, subordinada ao tema  Esperança, confiança e visão: porque a Educação precisa de Teilhard de Chardin.

CURSO ABERTO TEILHARD DE CHARDIN
Após o período de férias, retomámos o Curso Aberto Teilhard de Chardin, cujas aulas quinzenais continuam a realizar-se por zoom. Este segundo e último módulo do curso prolonga-se até junho de 2024. A obra que serve de base ao nosso Curso, é Teilhard de Chardin revisitado – um cristianismo renascido para o 3º milénio da autoria do Prof. Gérard Donnadieu. As inscrições podem ser feitas para o email da Associação, teilhardportugal@gmail.com .

3º ENCONTRO NACIONAL DOS AMIGOS DE TEILHARD DE CHARDIN – ABRIL 2024
Em breve será divulgado o programa do 3º Encontro Nacional, que se realizará no fim de semana 5-7 de abril, novamente na Casa Velha, Ourém. Embora os participantes inscritos possam optar por passar todo o fim de semana nas instalações da Casa Velha, o programa centrar-se-á inteiramente no dia de sábado, 6 de abril. Como de costume, incluirá uma conferência-debate, a anunciar, e a Eucaristia vespertina, comemorativa das datas de nascimento e morte de Teilhard (1 de maio e 10 de abril).

17º RETIRO ANUAL TEILHARD DE CHARDIN
A partir de janeiro de 2024, estarão abertas as inscrições para o nosso 17º Retiro anual que, como habitualmente, se realizará na Casa de Exercícios de Santo Inácio (Rodízio, Praia Grande, Colares), no fim de semana de 24-26 de maio. Será, como de costume, orientado pelo Pe. Vasco Pinto de Magalhães sj. O tema escolhido para este Retiro é «Da morte à Vida».

 

| VIDA DA ASSOCIAÇÃO
BIBLIOTECA TEILHARD ON-LINE

No separador do nosso site Ler Teilhard – Ler aqui – Livros, encontra-se um conjunto de obras, de e sobre Teilhard, que podem ser ali lidas na íntegra. Ao darmos seguimento a esta iniciativa, estamos certos de proporcionar aos cibernautas que nos visitam um valioso serviço e de enriquecer, assim, ainda mais os nossos conteúdos. Para facilitar o acesso a este acervo, logo na primeira página do site estamos a colocar as capas e os títulos à medida que o vamos alargando com novas de obras, bastando um clique sobre cada uma delas para a abrir de imediato e, assim, permitir directamente a sua leitura.

Este serviço nasceu da consciência da escassez de disponibilidade destas obras para os interessados. Podendo sempre encontrar-se em bibliotecas obras de e sobre Teilhard de Chardin, porém a comodidade de adquiri-las para uso pessoal esbarra com o facto de já não se encontrarem com facilidade à venda nas livrarias. Nos anos 60 do século passado, em França e por todo o mundo, tinha-se dado uma autêntica avalanche de edições, não só da obra de Teilhard, mas também de obras sobre o seu pensamento, como reacção fulgurante ao retumbante êxito e assombro que essas edições originaram. Como sabemos, não tendo Teilhard sido autorizado a publicar a sua obra espiritual, logo após a sua morte em 1955 a sua secretária e legatária desses escritos empreendeu de imediato a sua publicação, tendo, por sua iniciativa, surgido um conjunto de 13 volumes, que se passou a designar de Obras Completas. Em Portugal, diversas editoras, principalmente a Moraes Editora, fizeram a tradução e edição de um grande número dessas obras, as de Teilhard e sobre Teilhard. Até finais dos anos 90, ainda foram aparecendo algumas reedições, já não da Moraes, que, entretanto, tinha deixado de existir. A partir daí, só em alfarrabistas ou on-line é que ainda se encontram algumas dessas edições em português.

A nossa Associação possui uma biblioteca com exemplares de muitas dessas obras que, uma vez digitalizadas, colocamos no site para estarem acessíveis on-line. É um processo progressivo, existindo o projecto de, uma a uma, as obras de Teilhard que possuímos em português e algumas de estudo do seu pensamento, também em português, irem sendo sucessivamente integradas no site.

 

| A VIDA DE TEILHARD DE CHARDIN, EM BD

Pierre Teilhard de Chardin, Padre jesuíta, homem de ciência e filósofo, nasce no castelo da família, em Sarcenat, Clermont-Ferrand (Auvergne, França) a 1 de maio de1881 e morre em Nova Iorque, no dia 10 de abril de 1955. Adaptada da brochura «Pierre Teilhard de Chardin» [Croyants de Tous Pays, Éditions Fleurus, UNIVERSMEDIA, Paris, para FONDATION TEILHARD DE CHARDIN], oferecemos-vos (sobretudo a pensar nos mais novos), uma sugestiva biografia de Teilhard de Chardin, apresentada em BD, de que iremos inserindo sucessivamente as diversas pranchas. Acrescentamos hoje a 6ª prancha.
Eis aqui todas cinco as pranchas já publicadas.

PRANCHA 6

| PUBLICAÇÕES
  • Dominique Lambert, doutorado em Física e Filosofia, professor na Universidade de Namur, Marie Bayon de La Tour, sobrinha-neta do Pe. Teilhard de Chardin e vice-presidente da Association des Amis de Pierre Teilhard de Chardin, Paris, e Paul Malphetes, colaborador desta associação em diferentes publicações, decidiram criar esta obra que segue o extraordinário e sinuoso caminho da génese de «O Fenómeno Humano». É um convite para nos sentarmos à mesa da História: contexto eclesial, oposições intelectuais notórias da marcha do Universo, labirinto das idas e voltas entre o autor, Teilhard de Chardin, e os seus superiores, na busca de um «nihil obstat» jamais arrancado, e, enfim, uma publicação post-mortem, com um sucesso e repercussão fulminantes.
    Baseando-se nos arquivos privados da Companhia de Jesus e em documentos inéditos ou pouco conhecidos, os autores reconstituiram, pacientemente, o fio da criação da obra e, para além dos aspectos históricos, oferecem uma análise filosófica e teológica que permite tomar consciência da riqueza, mas também dos limites, do pensamento do célebre jesuíta, bem como da fecundidade actual do seu pensamento.
    [Notas baseadas na apresentação da obra pelo editor, Éditions Jésuites (Paris/Bruxelles), 2022, 350 páginas]
  • A Direcção decidiu empreender, por sua conta, a publicação desta obra, da autoria de Gérard Donnadieu, uma vez que não tinha sido conseguido encontrar uma editora interessada. Esta decisão asseverou-se inteiramente justa, pois esta edição tem constituído um elemento valioso na difusão mais alargada do pensamento de Teilhard de Chardin. Além da oferta que fizemos de um exemplar a cada um dos nossos sócios activos, colocámo-la como base do Curso Aberto que está presentemente em execução e que, por esse motivo, se tem revelado um êxito. Os livros estão à venda na Casa de Exercícios de Santo Inácio, Rodízio-Praia Grande, e no balcão de venda da Brotéria, na rua de S. Pedro de Alcântara, em Lisboa. É opinião unânime dos leitores que esta obra é excelente para o estudo e aprofundamento do pensamento de Teilhard de Chardin, pela clareza e substância dos seus diversos conteúdos, expostos duma forma sistemática.

 

| PENSAMENTO DE TEILHARD

 «ADORAR, outrora, era preferir Deus às coisas, submetendo-as e sacrificando-as a Ele. Adorar, hoje, significa entregar-se de corpo e alma ao acto criador, associando-se a ele para consumar o Mundo, pelo esforço e pela investigação. AMAR o próximo era, noutros tempos, não o prejudicar e tratar as suas chagas. A caridade, presentemente, sem deixar de ser compaixão, consumar-se-á na vida dada para o avanço comum». (trad. “Cristologia e Evolução”, tomo X, Obras Completas)      

Leiam-nos e procurem
FAZER DOS VOSSOS AMIGOS, AMIGOS DE TEILHARD DE CHARDIN (VER AQUI) 

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